Mostrando postagens com marcador eleições. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador eleições. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Candidatos apostam em apelidos eróticos e bizarros como marketing

André Miranda
31/08/2012

Nestes tempos em que o marketing define nossas vidas, ser candidato a um cargo público é mais ou menos como vender um produto. O bom candidato precisa fazer com que o eleitor realmente acredite nele: em sua imagem, em seu discurso e, também, em seu nome. Maria Raimunda Soares Alcantara sabe bem disso. Aos 52 anos, solteira, ela adotou um nome mais simpático para tentar ser vereadora em Cachoeira do Arari, no Pará. Candidata pelo Partido Trabalhista Cristão, ela é a Maria Gostosa.

Por sorte, nenhum dos nove Pirocas destas eleições mora perto de Maria Gostosa. Sim, há nove Pirocas na campanha, muitos orgulhosos dos sobrenomes herdados. Só que em Pontalina (GO) há um postulante a vereador cujo nome é Sebastião José Amador. Tião, como a gente espera que ele seja chamado pelos parentes, achou seu nome sem graça. Adotou, então, um apelido. Ele é simplesmente o Piroca.

Mas poderia ser pior. Sempre pode ser. Uma candidata a vereadora em Santa Maria de Jetibá (ES) assina Rola Italiana. A gente torce para que ela nunca explique a origem do “italiana”. Aliás, o site de dados Eleições 2012 lista cinco candidatos que usam o nome Rolla e 17, Rola, incluindo as variantes Róla e Rôla e Vandão do Rala e Rola. Fora Pau Doce, Marcio do Pau Preto e Pau Vestido.

‘Eu não fumo, mas também não podemos discriminar quem fuma’

Em seus vídeos de campanha, o candidato a vereador no Rio pelo PSDB Miguel Fernández y Fernández apela para uma tática arriscada. Ele aparece numa mesa de bar, num ambiente fechado, tomando uma cervejinha ao lado de amigos fumantes. E ainda diz: “Temos que acabar com essa história do politicamente correto”. Hein?

Crise de identidade heroica

Em Piracicaba (SP), um candidato a vereador do PP tem se apoiado na imagem de um conhecido super-herói. Ele é chamado Geraldo Wolverine. O nome já é um tanto bizarro, mas é sempre possível que o sujeito tenha sido um grande nerd na escola e tenha ficado conhecido em Piracicaba pelo apelido de infância. Mas Geraldo achou que o nome não era suficiente. Ele deixou as costeletas crescerem, cortou o cabelo como o herói e ainda fica dando gritos raivosos. Só que há um problema de crise de identidade nisso. Num de seus vídeos que está na web, ele diz: “Quem poderá nos defender?” Geraldo, amigão, o Chapolin Colorado não é exatamente um tipo que passa confiança para o eleitorado.

Sambistas se unem em programa de Eduardo Paes

A turma da campanha do prefeito Eduardo Paes (PMDB) à reeleição não perdoou a entrevista dada por Marcelo Freixo (PSOL) na semana passada. No “RJTV”, Freixo criticara enredos de escola de samba sem um suposto valor cultural. Ontem, no programa de Paes, uma dúzia de sambistas, como Dudu Nobre, Monarco e a Velha Guarda da Portela, gravou um clipe em que canta seu apoio à recondução de Paes ao cargo.

Cesar Maia quer exclusividade sobre o laranja

O ex-prefeito Cesar Maia, candidato a vereador no Rio pelo DEM, parece estar orgulhoso de ter “lançado” uma moda. Em seu Twitter, ele postou ontem a seguinte frase: “Cor laranja. Agora muita gente está usando na campanha”. Em seguida, Cesar publicou um link para um artigo sobre o extensivo uso de material na cor laranja na campanha de José Serra (PSDB), candidato a prefeito em São Paulo. Cesar, como todo carioca sabe, sempre adorou laranja.

Disponível em http://oglobo.globo.com/brasil/candidatos-apostam-em-apelidos-eroticos-bizarros-como-marketing-5960181. Acesso em 30 ago 2014.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Transexual de Mogi das Cruzes luta na Justiça para trocar de nome

Douglas Pires
09/11/2012

A pedagoga Alexandra Vasconcelos, de 35 anos, moradora de Mogi das Cruzes, região metropolitana de São Paulo, vive um dilema. Ela nasceu com o órgão sexual masculino e assim viveu a infância e parte da juventude. Há dois anos, fez uma cirurgia de mudança de sexo. Mas o nome em seus documentos continua o mesmo. “Eu até prefiro não falar o meu nome que ainda consta em meus documentos. Não me sinto bem, sabe?”

Em março de 2011, Alexandra imitou a cantora Lady Gaga no palco do programa Caldeirão do Huck para que o namorado, o técnico em informática Alex Chagas, tivesse o carro totalmente reformado pelo programa, no quadro Lata Velha.

Alexandra tem planos de se casar e adotar uma criança. Mas ela diz que só fará isso quando conseguir resolver na Justiça o impasse da troca de nome. “Depois da cirurgia de mudança de sexo, eu fiz a perícia e entrei com o pedido na Justiça para regularizar minha documentação, mas essa troca de nome não sai”, diz.

Alexandra diz já ter sofrido preconceito e passado por situações constrangedoras, como em uma clínica médica na cidade. Ela afirma ter pedido para a secretária anunciá-la como Alexandra no momento da consulta – pedido que não foi atendido. “A atendente ficou tirando sarro de mim. Ela e o médico riram e quando chegou a hora de me chamar, ele gritou bem alto o meu nome masculino.”

“Tirando isso, eu não tenho do que reclamar. O povo de Mogi das Cruzes é muito legal comigo”, afirma a professora, que ficou conhecida na cidade após participar do programa de TV.

O processo de mudança de nome ainda tramita na 3ª Vara Cível de Mogi das Cruzes. O advogado que cuida do caso diz que todos os exames solicitados pela Justiça já foram feitos no Imesc (Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo). “Não temos previsão de quando estes laudos serão anexados ao processo. Quando isso acontecer, eu e a promotora vamos nos manifestar ao juiz que, em seguida, dará a sentença”, afirma o advogado José de Almeida Ribeiro.

Casamento e política

Alexandra diz já ter traçado um plano. Assim que a documentação sair, ela e o namorado vão correr em busca da casa própria. Em seguida, os dois querem se casar na igreja e, depois disso, adotar uma criança: “Quem casa quer casa. Assim que conseguirmos isso, vou providenciar nosso casamento. Quero entrar na igreja vestida de noiva e depois formar uma família. Eu penso muito em adotar uma criança, sim."

A transexual diz ter uma ótima relação com crianças, pois trabalha como professora em uma escola da rede municipal em Mogi das Cruzes. Desde a aparição no programa, Alexandra conta que sua vida não foi mais a mesma: “Eu faço participações em feira de carros tunados e shows”, diz.

Nas últimas eleições, a pedagoga concorreu a uma das 23 cadeiras na Câmara de Mogi, mas saiu derrotada das urnas. Ela teve 113 votos. Mesmo assim, diz que não vai desistir de tentar entrar na política. “Em dois anos, quem sabe, não saio para deputada. Sou professora, e tenho muita vontade de melhorar o ensino das crianças."

Filme pornô

Alexandra diz que, em 2011, uma produtora brasileira do mercado pornográfico fez uma proposta para que ela estrelasse um filme de sexo explícito. “Eles ficaram atrás de mim um tempão. Começaram com um lance de R$ 45 mil, depois subiram para R$ 100 mil, até chegar em R$ 200 mil. Não adianta, não faço essas coisas por dinheiro nenhum”, diz. Ela relata ter recebido também propostas de empresários para fazer programas sexuais. “As pessoas confundem as coisas. Não sou disso.”

Carro reformado

Quem olha o modelo Miúra anos 1990 desfilando pelas ruas de Mogi das Cruzes não imagina que o veículo imponente era mesmo aquele carro caindo aos pedaços que foi mostrado na televisão.

Segundo Alex das Chagas, é comum as pessoas tirarem foto do automóvel com o casal dentro. Em outubro, os dois foram com o carro novo para a cidade de São João Del Rei (MG). Chagas diz que a "cidade parou".

“Onde vamos as pessoas perguntam sobre o programa e querem tirar fotos do carro. Nós não ligamos”, diz Alexandra. O carro também é alvo de desejo. 

“Estávamos em um restaurante e o homem falou seriamente que queria comprar o Miúra. Não era brincadeira, não." O casal, porém, deixa claro que o veículo não está à venda.

Disponível em <http://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2012/11/transexual-de-mogi-das-cruzes-luta-na-justica-para-trocar-de-nome.html>. Acesso em 13 nov 2012.

domingo, 14 de outubro de 2012

Igualdade de gênero na política brasileira pode levar 148 anos

André Cabette Fábio
12 de outubro de 2012

A representatividade feminina nas câmaras municipais do País ainda é pouco significativa. Nas eleições municipais de 2008, das 51.903 cadeiras disponíveis, apenas 6.504 foram ocupadas por mulheres. No pleito deste ano, das 57.365 disponíveis, 7.655 foram ocupadas por mulheres, ou seja, menos de 15%. Segundo o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE), o ritmo é lento e, caso se mantenha, fará com que o Brasil atinja a paridade de gênero em espaços de poder municipais somente daqui a 148 anos. O Global Gender Gap Report, publicado em 2011, coloca o Brasil como o País com a maior desigualdade de gênero na política da América do Sul, ocupando o 87º lugar no ranking geral e a 114ª posição em representatividade política.

O demógrafo destaca que, desde as recomendações da Conferência Internacional das Mulheres de 1995, em Pequim, muitos dos países adotaram com sucesso políticas de quotas. "Argentina, Costa Rica e Cuba; todos passaram para mais de 40% de representatividade feminina. Países da África, como Moçambique e Angola também chegaram perto de 40%", afirma. Ele aponta o funcionamento do sistema eleitoral nesses países como um fator que contribui para o resultado melhor. "Na Argentina, as eleições são com listas fechadas. Se o partido lança 30 candidatos e consegue eleger 10, para cada 2 homens uma mulher será, no mínimo, eleita", explica.

Apesar dos dados, a socióloga da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Fátima Pacheco Jordão afirma que "a melhora é perceptível". E destaca: "É uma evolução da sociedade, com um papel mais importante das mulheres no mercado de trabalho, no sindicalismo e no partido". Para ela, a melhora não é mais expressiva porque o Brasil começou muito recentemente a ter liderança femininas de peso. "Temos agora Dilma e Marina como referências. A Argentina tem Evita Perón há quantas décadas?", exemplificou.

Exigência. Apesar do avanço modesto do número de mulheres eleitas para o legislativo municipal, o Brasil teve um crescimento mais expressivo no que se refere à quantidade de candidaturas femininas, que foi de 21,9% em 2008 para 31,9% do total no pleito deste ano.

O demógrafo credita o salto à mudança do verbo "reservar" pelo "preencher" na Lei 12.034, de 2009, em que se lê "do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo". Para Alves, quando vigorava o termo "reservar" a lei fazia com que, na prática, partidos guardassem as vagas para mulheres mas as preenchessem frequentemente com homens.

Ele vê o resultado do aumento, no entanto, com reservas. E diz que os partidos podem lançar mão dos chamados candidatos laranjas para preencher tal exigência. E cita que coincidentemente cresceu muito o número de donas de casa candidatas. O número de candidaturas de donas de casa deste ano foi em torno de 20 mil, porém, pouco mais de 2% (cerca de 440) foram eleitas. Esta foi a quarta profissão mais listada entre os candidatos.

Para Fátima Pacheco Jordão, as candidaturas femininas são deixadas em segundo plano na distribuição de recursos dos partidos, apesar das mulheres representarem um papel importante em suas estruturas. "São mais do que 50% dos militantes inscritos nos partidos", diz.

Preconceito. José Eustáquio Diniz Alves discorda da ideia de que o brasileiro reluta em eleger mulheres por preconceito. "As pesquisas mostram que o eleitorado vê com bons olhos a candidatura feminina. Geralmente não discrimina, mas não vota em qualquer pessoa; ele não vai votar na Mulher Pêra só porque é mulher". Ele toma o desempenho de Marina Silva e da atual presidente Dilma Rousseff nas eleições presidenciais de 2010 como indícios de que o eleitorado não discrimina mulheres. "O Brasil é um dos poucos países em que 67% dos eleitores votaram em mulheres para a Presidência da República."

Fátima Pacheco Jordão destaca que as duas candidatas tiveram também grande apoio do eleitorado masculino, mesmo na comparação com a candidatura do tucano José Serra. "Muitos homens votaram nas duas. Se o eleitorado fosse só de homens, Dilma teria sido eleita no primeiro turno". Para o sociólogo Hilton Cesario Fernandes, que escreveu sua tese de mestrado sobre as eleições presidenciais de 2010, o voto feminino tende a ser mais moderado do que o masculino. Para ele, Dilma teria recebido menos apoio desse eleitorado não por ser mulher, mas por ser vista como menos experiente do que o candidato do PSDB naquele pleito.

Alves indica a democratização interna dos partidos como a melhor ferramenta para o aumento da representatividade feminina. "O partido que começar a adotar a paridade vai colher bons frutos e os outros partidos terão que fazer o mesmo", diz. No início de setembro, o Partido dos Trabalhadores (PT) foi o primeiro do Brasil a mudar seu estatuto para que 50% de seus cargos de direção sejam ocupados por mulheres.

Disponível em <http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,igualdade-de-genero-na-politica-brasileira-pode-levar-148-anos,944763,0.htm>. Acesso em 13 out 2012.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Transexual assume cadeira no Parlamento da Polônia

BBC BRASIL
Atualizado em  8 de novembro, 2011 - 12:57 (Brasília) 14:57 GMT


Anna Grodzka, de 57 anos, era conhecida como Krzystof, antes da cirurgia de mudança de sexo realizada na Tailândia, há um ano meio. Antes da cirurgia, a nova parlamentar tinha esposa e filho.

Anna afirmou que, muitas pessoas que encontra na rua têm uma reação favorável, mas também já viu comportamentos agressivos. A parlamentar afirma que é pior nos círculos políticos e na imprensa, que nem sempre entendem os problemas e as questões ligadas aos transexuais.

"Eles tentam usar contra mim o fato de que eu era um homem", disse.
Ela foi eleita em outubro pelo partido Movimento Palikot, conhecido por ter uma postura anticlerical com críticas a padres católicos que se envolvem na política do país.

O partido surpreendeu nas últimas eleições gerais, conseguindo 10% das cadeiras.

Em um país conhecido pela força da Igreja Católica e pelo conservadorismo, o Palikot defende a legalização do aborto, do casamento entre homossexuais e da maconha.

Muitos afirmam que o sucesso do Palikot mostra que a Igreja Católica parece ter perdido a influência entre os jovens poloneses.

Maciej Zieba, ex-chefe da Ordem Dominicana na Polônia, diz que a igreja precisa tentar entender o que isto significa.

"O alto número de votos do Palikot é um desafio para a igreja: como se dirigir de forma criativa e confiável especialmente para o público jovem", afirmou.

A Igreja Católica da Polônia tem um papel histórico na luta contra invasores estrangeiros e também na derrubada do comunismo. Mas, isto ocorreu há mais de 20 anos.

Agora, os bispos poloneses precisam decidir a melhor forma de se conectar com uma geração que sequer era nascida quando o comunismo caiu.


Disponível em <http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2011/11/111108_transexual_polonia_fn.shtml>. Acesso em 16 nov 2011.