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domingo, 2 de junho de 2013

Para psicólogos, transexualismo não é doença

Carolina de Andrade 
20/11/2012

A visão do transexualismo como doença é controversa. Uma ação mundial tenta retirá-lo dos manuais de doenças da OMS e da Associação Americana de Psiquiatria.

Transtorno de identidade sexual na infância divide especialistas A campanha "Stop Trans Patologization" ["Parem de patologizar os trans"] tem o apoio, aqui, do Conselho Federal de Psicologia.

Segundo a psicóloga Ana Ferri de Barros, que coordena a comissão de sexualidade e gênero do conselho paulista, o acesso à cirurgia de mudança de sexo pelo SUS não deveria depender do diagnóstico.

"Defendemos a despatologização das identidades 'trans' e também o acesso universal à saúde", diz.

É também a posição da cientista social Berenice Bento, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. "Não há exame que ateste a transexualidade [termo usado por quem é contra a patologização]."

Para Bento, gênero é construção social e o diagnóstico do transtorno na infância, absurdo: "Quem precisa de tratamento são os pais".

Já na visão do psicanalista Roberto Graña, o transtorno deve ser tratado como uma perturbação no desenvolvimento. Ele considera o transexualismo uma recusa em aceitar o real, o sexo biológico e, portanto, uma doença. Diz ainda que tratamentos hormonais são inúteis e perigosos na juventude.

A psicanalista e colunista da Folha Anna Veronica Mautner afirma ser "muito difícil" estabelecer limites entre as origens do distúrbio, hormonais, comportamentais ou de outra ordem. "Cada caso é um caso."

Disponível em http://noticias.bol.uol.com.br/ciencia/2012/11/20/para-psicologos-transexualismo-nao-e-doenca.jhtm. Acesso em 29 nov 2012.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Abuso sexual é o segundo maior tipo de violência contra crianças

Folha.com
22/05/2012 - 16h34

Um levantamento do Ministério da Saúde aponta que o abuso sexual é o segundo tipo de violência mais frequente entre crianças com menos de dez anos em todo o país. Os dados preliminares são do sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva).

Em 2011, foram registradas 14.625 notificações de violência doméstica, sexual, física e outras agressões contra crianças entre um e nove anos. Do total, 36% eram ocorrências de negligência e abandono, enquanto 35% eram de violência sexual.

O estudo ainda mostra que a violência sexual permanece em segundo lugar entre crianças de dez a 14 anos. Esse tipo de abuso representa 10,5% das ocorrências, ficando atrás apenas da violência física, com 13,3%.

Entre os adolescentes de 15 a 19 anos, 28,3% das ocorrências são de violência física, 7,6% de violência psicológica e 5,2% de violência sexual.

A maior parte das agressões ocorreram na residência da criança (64,5%).

Em relação ao meio utilizado, 22,2% dos agressores usaram a força corporal ou o espancamento. Em 45,6% dos casos o provável autor da violência era do sexo masculino.

Grande parte dos agressores são pais e outros familiares, ou alguém do convívio muito próximo da criança e do adolescente, como amigos e vizinhos, segundo o levantamento.

O levantamento utiliza dados fornecidos a partir de notificações de profissionais da saúde.

XUXA

Em depoimento ao "Fantástico", da Rede Globo, no domingo (20), a apresentadora Xuxa, 49, revelou que foi vítima de violência até os 13 anos. Ela citou que foi abusada por ao menos três pessoas, mas não disse os nomes.

Xuxa ainda contou que a violência ocorreu na infância e na adolescência, especificando apenas a idade em que sofreu o último abuso.

Os abusos, contou Xuxa, foram cometidos por pessoas ligadas ao seu meio familiar. Um dos agressores, disse, era namorado de sua avó. O outro, o melhor amigo de seu pai. "Que queria ser meu padrinho", declarou. Ela citou ainda um professor. "Não foi uma pessoa, foram várias, em momentos diferentes."

Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1094035-abuso-sexual-e-o-segundo-maior-tipo-de-violencia-contra-criancas.shtml>. Acesso em 23 mai 2012.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Ator estreia como transexual filho do presidente em "O Brado Retumbante"

FOLHA.COM
22/01/2012 - 08h05

Quando o paranaense Murilo Armacollo, 24, soube que iria interpretar Júlio/Julie, o filho transexual do presidente Paulo Ventura na minissérie "O Brado Retumbante" (Globo), sua primeira reação foi ligar para a família.

"Contei para a minha mãe, e ela me disse: 'Você sabe a responsabilidade que vai ter com esse personagem, né?'"

Para somar ao nervosismo, é sua estreia na TV --com formação teatral, ele passou por musicais da Disney e teve papéis menores em "Hairspray" (2009), "Aladdin" (2010) e "New York, New York" (2011).
O ator foi buscar segurança para interpretar o papel fazendo laboratório com transexuais e entrou em contato com uma realidade triste.

"Ouvi várias histórias de preconceito, agressões, não aceitação da família, de meninas que tentam a sorte no exterior, de cirurgias malsucedidas. É um mundo cruel."

Segundo ele, Julie vai sofrer tudo o que uma transexual sofre nas ruas. "É polêmico, mas acredito que o Brasil vai se comover com a história."

Além dos estudos para compor a mente e a personalidade de Julie, Murilo teve de se preparar fisicamente --a primeira coisa que fez foi perder 15 quilos em poucas semanas; com 1,75 m de altura, passou de 75 kg para 60 kg.

"A transexual é uma mulher presa num corpo de homem. Eu tive de modelar o corpo, afinar as curvas. A gente trabalhou os movimentos, tive algumas aulas e assisti a todos os filmes de Marilyn Monroe para pegar gestos."

O resultado começa a ser visto na próxima terça. Murilo gostaria que a série levasse os espectadores à reflexão. "Quero que essas meninas sejam tratadas com igualdade, que possam encontrar emprego, por exemplo."

Disponível em <http://f5.folha.uol.com.br/televisao/1037354-ator-estreia-como-transexual-filho-do-presidente-em-o-brado-retumbante.shtml>. Acesso em 24 jan 2012.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A equipe me aceitou, diz zagueiro transexual da Samoa Americana

Folha.com
24/11/2011 - 06h00

Foram 30 jogos e 30 derrotas; 229 gols sofridos e só 12 feitos. Uma goleada de 31 a 0 para a Austrália, a maior da história entre seleções.

Mas anteontem Samoa Americana, um território dos EUA na Oceania, venceu um jogo pela primeira vez na vida. A seleção, filiada à Fifa desde 1998, superou Tonga (2 a 1) pelas eliminatórias do continente à Copa de 2014.

Entre os jogadores responsáveis pelo feito histórico, destaca-se o zagueiro Johnny Saelua, considerado o primeiro transexual a atuar em uma partida de eliminatórias.

Ele é uma "fa'afafine", uma minoria sexual na região de Samoa considerada um terceiro gênero. Saelua nasceu homem, mas se veste, se vê e age como uma mulher.

"A equipe me aceitou, e nós mantemos respeito mútuo", afirmou o zagueiro ao "New York Times". "É o máximo, faz parte da cultura."

Um dos responsáveis pela guinada da seleção é o técnico holandês Thomas Rongen, que já treinou a equipe sub-20 dos EUA. Após a vitória, ele comentou a participação do beque transexual.

"Na verdade, tivemos uma mulher atuando como zagueiro central", disse. "Você consegue imaginar isso na Inglaterra ou na Espanha?"

Além de ter ajudado a suportar a pressão de Tonga na etapa final, Saelua deu o passe para o gol que abriu o placar no primeiro tempo.

Apesar da vitória, o caminho rumo ao Brasil é longo. Além de Samoa Americana, dez seleções mais fortes disputam meia vaga para 2014.

Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/esporte/1011196-a-equipe-me-aceitou-diz-zagueiro-transexual-da-samoa-americana.shtml>. Acesso em 24 nov 2011.